quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"William Kamkwamba: How I harnessed the wind" ou O oposto dos Bolsa-esmolas

O vídeo abaixo mostra a história de William Kamkwamba, um pobre garoto do Malawi, um país mais pobre ainda, do continente mais pobre do mundo.
Quando clicar em assistir o vídeo, altere as legendas para "Portuguese (Brazil)" na opção que vai aparecer ao lado do botão de Play após clicar.

Valerá a pena assistir este vídeo:

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A imprensa brasileira e o lixo televisivo nosso de cada dia - O caso Eliza Samúdio

O caso do desaparecimento (e isso é só o que se pode ter certeza) da atriz de filmes eróticos Eliza Samúdio, é mais um daqueles que causam revolta e clamor popular. Cabeças são pedidas, delegados(as), advogados promotores (ainda não, neste caso), se transformam em "celebridades instantâneas" e aparecem em programas televisivos que vão do noticiário ao programa de receitas culinárias.
Vez por outra aparece alguém lúcido e escreve o que vocês podem ler abaixo:

"CASO ELIZA SAMUDIO
Mídia legitima versão policial como única e verdadeira

Por José Cleves Silva em 20/7/2010


A espetacularização do caso Bruno pela polícia coloca a mídia eletrônica e de papel brasileira numa situação difícil. Pior é ver parte dessa mídia legitimar a versão policial como única e verdadeira. Tudo indica que o goleiro do Flamengo tem culpa em cartório. São indícios, e não convicção plena, por isso justifica-se a suspeição policial. Pode – e deve – a polícia apresentar esses indícios à Justiça, como é o seu dever. Não esperemos das autoridades policiais a produção do contraditório porque não é essa a sua linha de atuação.

A prova em contraditório, com participação da defesa do acusado, é feita na fase da Justiça, que tem poderes para julgar, seja através de uma decisão monocrática, colegiada ou mesmo de um conselho de jurados, como é o caso específico dos crimes de morte.

A polícia pode falar que fulano é ladrão ou assassino, ainda que contrarie os direitos constitucionais do cidadão porque o que ela fala e escreve somente terá validade se corroborado na Justiça, sem que as ofensas morais impliquem em dano para a autoridade policial, ainda que o acusado seja inocentado.

Infelizmente, é assim que funciona a estrutura do judiciário em nosso país. O que não pode ocorrer é a imprensa enfiar goela abaixo do público essas conclusões policiais com o argumento fajuto de que "quem está falando é a polícia". Isso é covardia. Se querem o escândalo como forma de pagamento da dívida moral do acusado, que apresentem ao público as nuances dessa dívida sem o veio do sensacionalismo barato.

Polícia e imprensa

O que se vê, no caso Bruno, não é notícia apurada, mas um espetáculo vergonhoso produzido antes mesmo da localização do corpo da vítima, da conclusão do competente inquérito policial e da formalização do depoimento do acusado nos autos, após a sua defesa ter acesso e cópia dos mesmos.

Aprendi cedo na profissão que os três fatores de um crime controverso – autoria, circunstâncias e motivação – estão intrinsecamente ligados ao fato criminal. É preciso desvendá-los com clareza para obter-se o convencimento pleno.

Não é de hoje que venho debatendo essa questão com os meus colegas jornalistas. Há uma diferença fundamental entre a nossa atividade e a do policial. O agente público responsável pela repressão policial age de forma coercitiva, dentro do que determina e permite o Código de Processo Penal (CPP). Tem poderes para isso porque o que ele faz é provisório.

Já a notícia deve ser o resultado do trabalho sério e definitivo do jornalista, e não da ação opressora, midiática, leviana e irresponsável de quem deseja um fato conveniente, e não verdadeiro.

Faço essas considerações com a autoridade de quem tem mais de 30 anos de jornalismo a céu aberto e que, por uma maldade descomunal da polícia, esteve do outro lado da interlocução jornalística. Testemunha de um assalto que resultou na morte de minha mulher, fui transformado em criminoso cruel pela polícia e a imprensa que a copiou.

No limite da subserviência

Tudo isso porque os jornalistas não tiveram o cuidado de fiscalizar o que a polícia fazia. A pressa da polícia em adiantar informações inconclusas para obter fama pode não apenas prejudicar o investigado, como ocorreu no meu caso; esse afobamento pode também beneficiar o criminoso, que se pode valer desse artifício para preparar a sua defesa.

É por isso que não me sai da memória uma frase premonitória do meu advogado, Marcelo Leonardo, um dos maiores criminalistas do país. Ao ver-me angustiado com a perseguição policial, ele confortou-me: "Deixe a polícia errar. Quanto mais ela errar, melhor para nós."

A maldade da polícia, no meu caso, foi reparada pela Justiça, que me absolveu à unanimidade ao acatar a tese de meu advogado de que a arma, apontada pela polícia (e a imprensa que a copiou) como a do crime, fora plantada no local do assalto para incriminar-me.

A mesma reparação não tive da imprensa. O espetáculo jornalístico causou um estrago tão grande na minha família que perdi as esperanças de um dia ficar livre desse pesadelo. O trauma aumenta ao ver que a chefia da equipe policial do meu caso é a mesma que está no caso Bruno.

Espero, pois, que esse press release do caso Bruno fique no limite da subserviência, sem o erro brutal registrado no meu caso (e no da Escola de Base), quando inocentes foram execrados pela maldita oficialidade desse jornalismo sem questionamento."

Extraído de: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=599JDB004

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Comida é pasto. Educação e arte, para qualquer parte.


Se existe algo que me incomoda na sociedade atual, além da futilidade e do "mundinho fashion", materializado no visual, no conceito de "modelos" e da própria moda, é o fato de que ninguém mais lê nada.

O advento da internet parecia ser um divisor de águas, uma nova sociedade rumo à luz da sabedoria e da difusão do conhecimento. Mas não, as malditas rede sociais se uniram às malditas telenovelas e juntamente com os mais diversos tipos de programas televisivos, seja de auditório ou dos chamados "reality shows", reiniciaram um processo de emburrecimento da população em geral. Tudo isso para o deleite de políticos populistas e corruptos, além dos mercadores da fé dos iletrados e irracionais cordeiros.

As desculpas vão desde aspectos culturais (somos um povo colonizado e portanto, com pouca ou nenhuma identificação com a cultura da civilização, leia "lado de cima do equador"), à necessidade de trabalho constante e braçal, típico de povos subdesenvolvidos, passando é claro, pelo "alto preço dos livros".

Todas estas desculpas são totalmente esfarrapadas. Nada disso é verdadeiro, ao menos não obrigatoriamente. Vejam este link: http://bit.ly/aeMcsI (não estou ganhando nada por isso, hein!) de uma livraria on-line, e me digam, com sinceridade, livro é caro mesmo? Não, não é.
Mesmo que não se queira, ou não se possa comprar, a internet tem inúmeros sites para baixar eBooks, de forma legal http://bit.ly/22vrlK (Domínio Público) ou nem tanto http://bit.ly/2ygW9 (Programa de Democratização da leitura), de qualquer forma uma iniciativa válida.

Mas, no Brasil, tudo é muito "difícil" para as pessoas. Qualquer frase com um vocabulário além de interjeições e verbos mal conjugados já parece parnasiana para os nossos pobres "Jecas Tatus", que depois vão precisar de todos os tipos de cotas possíveis para compensar a "exploração capitalista dazélites dominantes" ...

Um país que não lê, não sabe, não aprende. Um país que não aprende, não conheçe, não preserva, não tem memória. Um país assim, não é uma nação, nem nunca será.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Julgamento do Caso Isabela Nardoni

Sinceramente, deixei de ter opinião sobre o caso da morte da menina Isabela Nardoni já há algum tempo. Não sei, e para falar a verdade não me importa mais, se o pai e madastra são culpados ou inocentes. Apenas estou muito incomodado com a quantidade de "especialistas" na mídia e fora dela, acusando, julgando e condenando. Nenhuma destas pessoas teria esta prerrogativa, mas o fazem.


Acredito que ninguém nunca saberá a real verdade sobre o caso, mas tenho quase certeza que o casal será condenado, pois já entraram em um julgamento no qual os jurados já tinham sua opinião sobre o assunto, devidamente manipulada e espetacularizada pela mídia. Para a imprensa não passa de mais uma "matéria", mais uma oportunidade de capitalizar em cima da tragédia alheia. A carinha de pena e consternação que vemos nos âncoras e repórteres televisivos, as palavras pesadas e justiceiras que lemos nos jornais e revistas, tudo isso não passa de "mais do mesmo", apenas mais uma oportunidade, o assunto do dia, da semana ou do mês. (Edit: O que não quer dizer, para os que não entenderam a mensagem, que os réus não sejam, ou melhor, não possam ser culpados. Na verdade é bem provável que sejam, mas isto não cabe à imprensa, nem a mim ou você leitor, decidir).


O que de melhor foi escrito, em todo este tempo, sobre este assunto vocês podem ler abaixo nas palavras de quem esteve no olho do furacão, pois aqui as transcrevo:



A Vida dos outros - por Guilherme Fiuza



04 de Abril de 2008   
A vida dos outros

É difícil escrever sobre uma tragédia sem ser acusado de insensibilidade com a dor alheia.
Talvez a saída mais segura seja falar da nossa própria. No dia 2 de julho de 1990 meu primeiro filho, Pedro, caiu do oitavo andar do prédio onde morávamos, em Botafogo. Desci de escada achando que seria mais veloz do que o elevador, talvez do que a própria queda. Encontrei-o já morto, e não precisava ser médico para constatar.

Os ferimentos eram brutais. Voltei com ele de elevador, mas ainda com pressa, agora de dizer à mãe dele que não podíamos fazer mais nada. Antes que pudéssemos entender o que fazer da nossa própria vida, já tínhamos uma certeza: não podíamos sair de casa. Estávamos presos lá, com dois policiais militares armados na porta do apartamento. Antes de poder enterrar meu filho, tive que contratar um advogado. Recebi-o no quarto de empregada, para poupar a mãe do Pedro, minha ex-mulher, daquela conversa surrealista.

Embora vivêssemos em harmonia e fôssemos particularmente tranqüilos, o advogado vinha relatar depoimentos comprometedores do síndico e de vizinhos à polícia. Eles diziam ter ouvido ruídos altos de portas batendo, discussões febris, gritaria. Foi longo o tempo até encerrar esse processo insano e provar que os vizinhos tinham delirado. Mas foi muito rápido, instantâneo, o castigo imposto pelos homens da lei, de mãos dadas com os vizinhos diligentes: Ser tratado como suspeito da morte do próprio filho.

Quando a Polícia Militar nos permitiu deixar o apartamento, no qual nunca mais voltaríamos a morar, tivemos que deitar no chão do carro, para evitar a multidão de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. Escapamos de passar pelo que passou a mãe de Isabella Nardoni, quase jogada no chão pela sanha da imprensa. Uma mãe de quem a vida acabara de arrancar uma filha, que portanto mal se punha de pé por si mesma…Bem, colegas, morram de vergonha. No Espírito Santo, há outro pai preso porque a filha caiu da janela. São todas situações sobre as quais é preciso encontrar a verdade. Se os pais forem desgraçadamente culpados, precisam ser exemplarmente punidos.

Nada disso dá direito à sociedade de invadir a vida de uma família com a sua curiosidade mórbida e a sua estupidez. Se não é possível à coletividade imaginar na sua própria pele o ardor da tragédia, já seria um belo avanço civilizatório se ela entendesse, de uma vez por todas, que a vida (dos outros) não é um Big Brother.


Guilherme Fiuza - Jornalista, é autor de "Meu nome não é Johnny", livro que deu origem ao filme. Escreveu também o livro "3000 Dias no Bunker", reportagem sobre a equipe que combateu a inflação no Brasil. Em política, foi editor de "O Globo" e assinou em "NoMínimo", um dos dez blogs mais lidos nessa área. http://www.guilhermefiuza.com.br/


Pensem nisso and be happy, always  (se puderem) ... Um abraço a todos, José Robson.


EDIT (Pós-Post): 27/03/2010 - Com o veredito (previsível) de culpados para os réus, a opinião do autor não muda em nada. Sendo culpados (e só agora, após um julgamento, alguém pode mencionar esta palavra) que paguem pelo crime que cometeram, com todo o rigor da lei. Independente da condenação, a atitude dos que pré-julgaram, e causaram este estardalhaço midiático e popularesco todo, não se justifica e tampouco foi correta só por que o desfecho do caso foi pela condenação dos, agora, criminosos. Suspeitos têm que ser tratados como suspeitos, criminosos como criminosos. Está é a base do nosso sistema de justiça. Qualquer coisa além disso é a aplicação do "terra sem lei", "terra de ninguém", o popular "samba-do-crioulo-doido", onde todos os direitos constitucionais de qualquer cidadão podem ser jogados no lixo sem a menor cerimônia, principalmente pela "mídia popular" que adora povoar as tardes televisivas e os tablóides sensacionalistas que insistem em serem chamados de "jornais". (Por José Robson Venturim)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Como tudo na vida tem, pelo menos, dois lados ...

Uma relação de gols incrivelmente perdidos ...

Gols para entrar para história ...

Existe momento mais absurdamente feliz do que um GOLLL ... Então segue um vídeo com alguns dos gols mais bonitos da História do Futebol ...

sábado, 31 de outubro de 2009

A responsabilidade é de quem? Por que precisamos acelerar tanto nas ruas e estradas?

Vejam o vídeo abaixo. É uma palestra teatral com o ator Douglas Moreira e tirem suas próprias conclusões:

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O melhor final para Caverna do Dragão


Quem tem mais de 25 anos com certeza se lembra do desenho animado "Caverna do Dragão". 

O desenho, baseado em um jogo de RPG chamado "Dungeons & Dragons" contava a saga de jovens e adolescentes que haviam ido parar em um mundo mágico e perigoso, repleto de criaturas mitológicas  e monstros, mas que haviam sido "adotados" como pupilos de um mago misterioso, o "mestre dos magos", que havia lhe entregado armas e personagens (arqueiro, cavaleiro, bárbaro, mago etc ...), afinal era um Rolling Player Game ...

Só que no Brasil quase ninguém sabia o que era RPG na época (depois piorou um pouco, pois muita gente passou a associar RPG a magia negra, rituais satânicos, etc ... E até recentemente um julgamento de um assassinato envolvia um suposto ritual de RPG). 

As tarefas iam se multiplicando e se revezando, enquanto o objetivo parecia sempre tão perto e tão distante: O sonhado retorno para casa, representada pela visão deslumbrante do parque de diversões, sempre iluminado e envolto em um céu azul, com o carrossel e a roda-gigante girando ... 

Uma metáfora quase perfeita da felicidade utópica, que tanto perseguimos e não percebemos o quanto é maravilhoso o caminho, a trajetória que fazemos ... Não percebemos que é no caminho que mora a felicidade.

A história é simplesmente fantástica. As metáforas, a simbologia, a personificação do mal (O Vingador ), a dubiedade do "Mestre dos Magos" ... Os papéis se revezando entre o nobre (arqueiro) e o covarde (cavaleiro) ... As estórias mitológicas humanas, vistas sobre outros prismas (Caixa de Pandora ... Mérlim ... ) ... Versões não faltaram: "Eles morreram e aquilo lá era o inferno ...", dizem uns ... "O Tiamat (o grande dragão de sete cabeças, mais apocalipitico impossível) na verdade era um anjo, que nunca atacava eles e lutava contra o Vingador (O mal estereotipado)", dizem outros ... Enfim.

Mas a estória ficou sem um fim ... E isso só contribuiu para colocar Dungeons & Dragons na história da cultura popular dos anos 80 ... Nunca será esquecido, principalmente, por quem como eu se "frustrava" a cada episódio com as esperanças dos meninos e meninas desfeitas, tão perto de chegar em casa ... 

Hoje em dia, eu (e quase todos os que assistiram a esta maravilha) compreendo a lição ... Revendo os episódios no YouTube, pude sentir o gostinho de poder voltar no tempo, de entender o processo, o aprendizado ... a revolta, o desespero dos personagens ...

Talvez por tudo isso ... Quando me deparei com uma animação simples, mas muito engraçada feita por um Brasileiro sobre a série, mostrando um final para mesma, eu tenha ficado tão feliz ... Ao mesmo tempo que me matei de rir, de tão engraçado que ficou (claro, só para quem realmente assistiu ao desenho e trás na memória toda a dinâmica dos personagens) ...

Divirtam-se com este maravilhoso momento no vídeo abaixo ...









Be Happy ... Always!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A última que morre ...

Não ... Não é sobre a sogra que vou escrever ... Estou falando deste sentimento simples que nos faz seguir adiante. Já percebeu que mesmo que não sejamos exatamente esperançosos, o simples fato de continuar tentando é a demonstração da esperança que temos nas coisas?

Já perdi as contas das inúmeras vezes que parei de fazer uma determinada coisa ou adiei (ou pior procrastinei mesmo) um projeto importante, uma tarefa, coisas realmente importantes, por desânimo, por preguiça, por achar que não valia à pena. Mas mesmo neste casos, uma hora ou outra retomei aquela coisa. E o que dizer das pessoas que não têm perspectivas, não vislumbram melhores horizontes, não têm aquela sensação (mesmo ilusória, na maioria das vezes) da grande virada um dia, que vai "se dar bem" ou que vai ser mais feliz, depois dos "estudos", quando se formar, ou daqui há alguns anos ... depois de muito trabalho ... depois do casamento, etc ... o que faz essas pessoas seguirem em frente?

A esperança em dias melhores, em melhores condições de vida, em ser mais feliz, em conseguir se curar de uma doença, etc ... sempre foi um dos motores mais explorados da sociedade. A publicidade explora isso, as religiões exploram isso, os governos exploram isso ... As pessoas precisam disso. Quantos imigrantes cruzaram oceanos por este motivo?

Mas ... esta esperança toda se concretiza? Na maioria das vezes não. Ao menos não naquilo em que foi idealizada. O que acontece é que, na maioria das vezes, ou temos que nos consolar com menos do que esperávamos, ou temos de aceitar a perda, a derrota, mesmo mantendo a esperança de melhores dias.


Afinal, o que resta à pessoa sem esperança? Em nome deste sentimento e da necessidade de poder continuar mantendo esta esperança, a maioria prefere se iludir, se enganar, porque a realidade não é digna de ser vivenciada e encarada por ninguém.

Isto explica o Brasil por exemplo. Temos um dos piores IDH do mundo. Temos uma das maiores cargas tributárias do mundo (Os Romanos e seus cobradores de impostos são fichinhas perto do que temos que pagar no Brasil ... Robin Hood nenhum resolveria isso aqui). As taxas de juros no Brasil são absurdas, o analfabestismo (principalmente o funcional, ou seja, pessoas que não se consideram analfabetas mas não consegue nem ler embalagem de biscoito e interpretar minimamente o que está escrito) é assustador, a bagagem cultural da população é praticamente nula. Mas, alguém duvida da felicidade do Brasileiro, da carga de esperança que o Brasileiro carrega, da disposição de encarara financiamentos a longo prazo a uma taxa de juros absurda, para comprar uma TV LCD de 52 polegadas e ver os absurdos da nossa programação de TV aberta, ou comprar um carro 1.0 pelado, do tipo "bateu-morreu" em 72 vezes ... Mas, com isso realizar os seus sonhos de consumo ...

Afinal ... "O Brasil é o país do futuro" e quem é "Brasileiro não desiste nunca". Mas a quem interessa esta cultura do "tá ruim mas tá bom"? Por que será que o Brasileiro não pode perder a esperança? Será que é por que um povo sem esperança e desiludido é mais propenso a se revoltar? Será que o controle das massas com a falsa sensação de felicidade coletiva não é a maneira encontrada (e convenhamos tem sido muito eficiente) de controlar, manipular e satisfazer o povão, as massas (que passam nos projetos do futuro)?

"Admirável gado novo" este nosso povo.

sábado, 23 de maio de 2009

Por que o episódio de Susan Boyle foi simplesmente perfeito?

Eu estive pensando em escrever sobre o caso de Susan Boyle, na ocasião do episódio aqui no Blog. Mas o Blog estava bem parado e eu não queria, sinceramente, voltar a escrever somente por um fato que renderia (como rendeu) muito assunto na própria mídia. Não é, e nem nunca foi, objetivo meu ao escrever aqui, fazer cobertura de imprensa e nem ficar seguindo os "hypes" da internet, muito menos no estilo "Revista Contigo" e similares. Até mesmo por que, de todos os lugares em que eu pude ver ou ler sobre o assunto a cobertura definitiva coube ao Alexandre Inagaki do Pensar enlouqueçe que simplesmente fez o post definitivo sobre o assunto.

Entretanto, passados mais de 30 dias senti que talvez este episódio de cinderela televisiva tenha tido algo mais do que o tradicional que vemos na mídia ... Em tempos de sucessos fabricados, de cantores, duplas, quartetos e bandas, absolutamente comerciais, moldados pela indústria de entretenimento (depois reclamam da pirataria), a quebra de paradigma que Susan Boyle nos impôs, talvez tenha sido de um necessidade quase física.

O preconceito é a tônica atual de nossa sociedade. Não o lado que todo mundo pensa a respeito do preconceito mas, da própria raiz etimológica da palavra, "pré-conceito". Os tempos atuais são os do que "você é aquilo que sua aparência diz que é" ... Tempos onde "a primeira impressão é que fica". Afinal, este é um excelente argumento comercial, capaz de vender roupas, cosméticos, perfumes, jóias, carros, etc ... Tudo em nome da aparência, do status, da imagem que é feita de você (ou que você faz dos outros, o que é mais triste ainda) ...

Somos a sociedade da superficialidade, premiamos a mediocridade, desde que ela nos pareça bela, que se encaixe nos referidos padrões de beleza, de admiração, de cobiça ou de inveja alheia. Novos famosos se fazem da noite para o dia, pessoas são idolatradas, imitadas, sem que tenham pensado, dito, escrito, feito nada de realmente relevante para a sociedade ou na própria sociedade. Elas não são, apenas parecem ser ... e para muitos, para a maioria, já é o bastante.

Portanto, resolvi escrever sobre Susan Boyle, mesmo mais de um mês após o hype, após a notícia de primeira mão. Por que? Por que ela é o oposto de tudo isto que escrevi acima, Susan Boyle é a essência, a originalidade, involuntária, natural ... A beleza de verdade, singela, perfeita, naquilo em que ela se propôs a fazer, sem decotes (nem seriam apropriados, convenhamos), sem trejeitos ensaiados, coreografados (coisa mais sem sentido essa tal de coreografia) ... Apenas a voz, a majestade do único instrumento necessário para se impôr entre os medíocres (no sentido de medianos, ou seja, a imensa maioria de nós, mortais) ... A própria música que ela escolheu para cantar, nos fazia enxergar ela mesma como personagem da canção, ela estava em seu sonho, mostrando-nos a beleza e a grandeza deste sonho.

Susan Boyle nos mostrou, a todos, o que é ser humano ... Perfeito e falho ao mesmo tempo e é isso que nos torna incrivelmente belos, cada um de nós ...


Be happy ... Always!

Como medir o tamanho do amor de um Pai por seu filho?

Não!!! Este não é um post religioso ... O Pai esta em maiúsculo por que eu não aceito outra forma de escrever esta palavra que não seja assim. O Pai deste post não é Deus, mas sim cada Pai, de cada filho ...

Nós que somos Pais, não sabemos responder à pergunta do título deste meu post. Ninguém sabe. Todos os dias, lutamos, batalhamos, trabalhamos, cada minuto, cada hora do dia, pensando única e exclusivamente nos nossos filhos, depois que os seguramos nos braços pela primeira vez. Meu filho é o objetivo maior da minha vida, por ele faço qualquer coisa, daria minha vida pela dele e faria isso com a maior felicidade do mundo, não seria um sacrifício.

Por isso, a história que vocês verão abaixo não me surpreende, mas me emociona e muito, acredito que a vocês também ...

http://www.youtube-nocookie.com/v/wtvSuJrEGgk&hl=pt-br&fs=1&color1=0x234900&color2=0x4e9e00


Pais, vivam cada minuto com seus filhos ... Be happy, always ...

Respeito. O que nos faz ser diferentes?

O que define aquilo que somos? O que define quem é (e quem não é) digno de ser respeitado? Por que nossa sociedade insiste em definir padrões para as pessoas? Padrões de beleza, padrões de riqueza, padrões de cor, padrões de raça, padrões de inteligência, como se nós humanos fôssemos coisas, objetos, testes a serem padronizados, checados, apurados, dia após dia ...

Um vídeo que foi um tapa na cara da sociedade dos anos 90, e que com certeza deve ter ficado na mente de muita gente, me fez relembrar hoje o motivo pelo qual criei este Blog ... Independente do que meus leitores (se é que eles existem) pensem sobre o tema, recomendo ver o vídeo abaixo, no mínimo valerá pelos olhos lacrimejados, se não pelo impacto do vídeo (que já não é novidade para a maioria das pessoas, claro), mas pelas recordações que o próprio vídeo pode trazer ...

http://www.youtube-nocookie.com/v/hmdmfWQW4ig&hl=pt-br&fs=1


Meu abraço e meu respeito a todos os portadores da Síndrome de Down e seus familiares ...

Ser DIFERENTE é ser NORMAL ... Be happy ... Always.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Everybody lies ... (Todo mundo mente ...)


HOUSE, M.D.

É uma série muito diferente do tradicionalmente observado no cenário do show televisivo.
Gregory House é um médico infectologista e nefrologista, especializado em diagnóstico investigativo (o que é diferente de pesquisador, teremos um "post" sobre isto em breve ... ou não), mas sua maior característica talvez seja o total desprezo pelo pré-estabelecido, protocolos, opiniões alheias e principalmente por crenças e versões dos próprios pacientes.

O ceticismo é uma vertente predominante em suas abordagens e claro, isto faz com que ele não seja muito bem quisto. Aliado a isto, ele desenvolveu uma arrogância própria dos que enxergam muito além do óbvio. É viciado em analgésicos devido a uma lesão na perna que foi demonstrada em temporadas passadas e que lhe custou a esposa ...
Gregory House baseia toda sua abordagem diagnóstica em epidemiologia, infectologia e diagnose do perfil psicológico do paciente. Nunca acredita no que o paciente diz, pelo simples motivo de uma constatação óbvia a que todos nós podemos chegar: Todo muito mente ... o tempo todo.

Como ele trata na maioria das vezes de doenças infecciosas ou genéticas, os fatores sexuais, familiares ou de natureza epidemiológica digamos assim, constrangedora, influenciam até mesmo a "verdade" absoluta da relação "Médico x Paciente" tão propagada como sagrada na medicina ... mas que na verdade não é.

Gregory House sequer conversa com os pacientes na maioria dos casos (ao menos no início da abordagem dos casos, pois segundo ele são os sintomas e exames que têm que falar e não o paciente) ...

Claro, a série não é destas inocentes e irreais a ponto de acertar o diagnóstico em inferências especulativas como vemos em "E.R." (conhecida no Brasil por "Plantão Médico) ou em qualquer Pronto-Socorro perto da sua casa ...
A descoberta do diagnóstico só vem com muito custo e muitos erros (desconstrução dos conceitos pré-estabelecidos, um dos elementos básicos do método socrático, muito utilizado por Gregory House), sem contar que quando os pacientes chegam até House já estão, como diriam alguns ... desenganados (nunca entendi esta expressão ... afinal estão enganados ou não estão enganados? Melhor deixar pra lá ...), o que adiciona o caráter de emergência aos casos (vida ou morte em razão de uma tomada de decisão errada).

O que então tem House (a série) de especial?
Primeiro: Não é "politicamente correta" (só isso já a faz merecer o "Emmy").
Segundo: Explora relacionamentos humanos como quase nenhuma outra coisa (livro, filme, série, novela, sei lá ...) que eu tenha visto ou ouvido falar nos últimos tempos ...
Terceiro: É contundente com os erros e necessidades humanas ...
Quarto: A abordagem da análise utilizando o método socrático.

Gregory House é um anti-herói ... Chega aos bons resultados ... mas, nem sempre às boas notícias ... Mostra a imperfeição ... Coloca o dedo na ferida ... E no fim, mostra mais os seus próprios defeitos do que os de quem tenta mostrar ...

No fim ... É um Sherlock Homes do diagnóstico médico ... Embora nem um, nem outro, façam seus trabalhos pensando em prol do interessado no caso, mas sim em satisfazer seus próprios egos .. suas próprias curiosidades ... E quem disse que a vida não é assim?
Ceticismo é a palavra chave ... Afinal, se tirarmos as ilusões e as pequenas, contínuas e leves mentiras sobre as quais se constrõem a natureza humana, seu arquétipo de sociedade, suas crenças, pilares e estruturas sociais, igualmente ilusórias ... o que resta? Muito pouca coisa ...

E essa é a vida que resta ao iluminado, cético e "desenganado" (ao menos no meu conceito de enganação) do pobre Gregory House ...

Talvez por isso todos temos necessidade de mentir em conjunto, enquanto sociedade, numa alienação feliz e entorpecente ... Na nuvem de torpor que chamamos de felicidade ...

É ... talvez tudo isso explique por que "Everybody lies" ...

Por esta e outras ... HOUSE, M.D. vale cada segundo dispensado em assistí-la ... Bom divertimento ...

Be happy ... always!!!



quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Game over ...

Como sempre, segue uma música recomendada (em um Cover Acústico):

http://www.youtube.com/v/lio0YbTi87g&hl=pt-br&fs=1&color1=0xe1600f&color2=0xfebd01

Em determinados momentos da vida temos a impressão de que estamos "jogando" um determinado jogo. As vezes a estratégia e astúcia se fazem mais necessárias e no jogo corporativo, a visão, a capacitação e por que não, a capacidade de ser o que não se é ...
Mas ao nos depararmos com a nossa vida ... pessoal ... nós mesmos ... sem maquiagens, sem truques de espelhos ... Só nossas perpectivas, nossas esperanças e desejos que tivemos no passado, percebemos que muita coisa mudou de quando imaginávamos o futuro ...
Uma coisa é certa: Nunca imaginávamos o futuro que hoje se faz presente ... O presente pode ser uma grata e maravilhosa surpresa ... Muito além das expectativas do que um dia foi um futuro ... Ou não... Podemos constatar então, nestes casos, que o brilhante futuro (sob quaisquer aspectos não só o econômico ou social) que imaginamos e traçamos para nós, não se manteve nem por uma breve turbulência, tal e qual um castelo de areia ou um castelo de cartas que insistimos em construir ao longo de inúmeros momentos da vida ... Principalmente quando insistimos em "jogar", em fazer apostas em tudo e em todos ...
Claro que há momentos em que arriscar é preciso ... não existe como dar um primeiro passo sem que não se tenha o risco de afundar os pés em terreno arenoso, antes de poder firmá-los novamente de maneira mais tranquila, depois que aprendermos a caminhar na areia ... Mas é preciso sempre ter a consciência de que este passo pode definitivamente colocar os seus dois pés fora do caminho que estavas acostumado a trilhar ... e a volta pode ser difícil, dolorosa ou até mesmo impossível ...
De toda forma chega um momento que, ao menos para algumas coisas na vida, temos que parar de jogar ... O resultado final é esse ... Não há mais a possibilidade da "nêga" ... Sem revanches ... "No way" ... Até por que não sabemos o momento exato em que nós mesmos receberemos a mensagem : ... "Game over"
Por isso, "go way my friend" ... viva a vida intensamente em cada momento ... valorize o que realmente lhe importa ... e não se preocupe tanto com estratégias e em ganhar sempre suas apostas ... O bom jogador é aquele que sabe ganhar, que sabe perder, mas que sobretudo sabe a hora de parar de jogar ...
Be happy ... always.

sábado, 15 de novembro de 2008

"Hoje o tempo voa amor ... escorre pelas mãos ...

... mesmo sem se sentir e não há tempo que volte ..." (Lulu Santos)



A imagem dos relógios "derretendo", do tempo se "desfazendo", da eterna contradição entre o homem e sua curta, porém eterna, existência. O eterno desejo do ser humano de "controlar" o tempo, de poder "manipular" o tempo ... e obviamente, a incapacidade de fazê-lo ... no surrealismo de Salvador Dali.

Primeiro, num passado remoto, o ser humano acreditou que num jogo de sombras com seu relógio de sol, ao menos teria algum tipo informação sobre o tempo (ao menos agora podia acompanhá-lo) ...

Mas, alguém teve a idéia (eu escreví este post antes do famigerado acordo ortográfico, por isso está certo sim tá ...) mais tola ... Mais absurda ... Quis aprisionar o tempo ...
Pior do que isso, esquartejou o tempo, dilacerou o tempo, em anos, meses, semanas, dias, minutos, segundos ...
Recentemente máquinas velozes e performances olímpicas dilaceraram os segundos, em décimos, centésimos, milésimos ...

Nada mais vão, nada mais tolo ... O tempo não se permite ao controle externo ... O tempo a tudo e a todos controla ... E, numa maquiavélica estratégia, fingiu ser controlado pelos humanos em sua arrogância ... em sua pretensão ... para que?
Para que não desconfiassem (eles) que era ele, o tempo, o senhor de seus destinos ...
Para que os humanos o desperdiçassem, em tolas e vãs preocupações ... e no final percebessem que o que vai lhes fazer falta ... TODA A FALTA DO MUNDO ... é ele ... o tempo ...
Pois ...
"... não há tempo que volte amor ... vamos viver tudo que há pra viver ...vamos nos permitir ..." (Ibid)
Termino com um maravilhoso texto que a mim muito fala:
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado ...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará ..."
(Mário Quintana)

Be Happy ... Always.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Uma linda imagem, para o que realmente importa ...

Olhe à sua volta ... agora neste momento .. onde você está? Na sua casa ? No seu trabalho ? O que você vê ? Quem está perto de você ? E quem não está ... mas deveria ...?
Pense nos momentos que ficaram marcados na sua memória para sempre ... Aquelas coisas que são eternas ... Podem ser grandes momentos, como celebrações, casamentos, formaturas, podem ser momentos que mudaram radicalmente a sua vida ... o nascimento de um filho, um momento muito alegre ... o dia do seu primeiro beijo, seu primeiro amor, seu atual amor, ou seu único amor ...
Estes momentos não estão à venda, não passam na televisão ... Não tem "paredão" para estes momentos ( .. mas como assim Bial ?) ...
Esqueça as mesmisses ... a mídia ... Concentre-se em você ... Em seus amores, em suas paixões ... Pode ser o dia de um grande jogo importante do seu time do coração ... Pode ser um show inesquecível ...
O que ficou disso tudo? É isso o que verdadeiramente importa ... Pessoas entram e saem das nossas vidas o tempo todo ... algumas não ... algumas ficam ... Mas só se o que realmente importa para elas, também for o que importa para você ...
Vivemos um tempo de inversão de valores ... Os vitoriosos são os que alcançam objetivos traçados pela mídia, pela sociedade, numa busca frenética e imbecil por dinheiro, status, forma física, posse, poder, fortuna, julgamentos alheios (para quem não conhece vale à pena ouvir: Los Hermanos - O Vencedor).
Não se esqueça que a única certeza da vida é a de que você não sai vivo daqui ...
Os meus amores da linda imagem acima ... O que realmente importa para mim (além de meus pais e meu irmão) ... De resto, a vida merece é ser vivida ... Inúmeras paixões, inúmeros momentos de alegrias ... vários de tristeza ... E aquela penumbra que a gente não lembra direito ... Os inúmeros momentos de ócio, de trabalho intenso, de coisas importantíssimas (por que mesmo ?) ... Por que não lembramos direito ? Por que já tiveram da gente a atenção que mereceram ... às vezes até mais do que mereceram ...
Deixe espaço agora para o que realmente importa ...
Be Happy ...

domingo, 24 de agosto de 2008

P.S. Eu te amo ... ou ... "The Same Mistake Again ..."

Assisti ao filme "P.S. Eu te amo" ontem (P.S. é abreviatura do latim "post scriptum" e significa "escrito depois", muito usado para correções de lapsos e mais ainda como estratégia de retórica, no final de cartas e textos) (Ver crítica)

Por coincidência a música de abertura do menu do DVD e também de encerramento do filme é "Same mistake" do James Blunt (letra e tradução), que por estar em trilha de novela já tocou mais 278691 vezes nas rádios FM, AM, ondas curtas e médias ..., coincidência pois acredito que filme e música trazem um tom semelhante na forma de enxergar a vida e nossas verdadeiras emoções ...

A abordagem do filme é uma experiência extra-sensorial de uma história de amor incompleta, inacabada, ceifada pela morte e que para se resolver precisa de um tempo e uma manobra ...
O filme é um "filme de mulher" sim ... Tem coincidências demais, é açucarado demais, as interpretações não são exatamente consistentes e a escolha do elenco também não foi muito boa (o que a Lisa Kudrow, a Pheebs de Friends, estava fazendo no filme?) ... Tanto que encontrei as classificações"comédia" e "drama", simultaneamente, nas mesmas críticas sobre o filme (?) ...

Entretanto, o filme não é exatamente um erro ... A abordagem é muito bem elaborada, o final do filme salva mais de uma hora de água com açucar, embora os eventos para que o final possa ter ocorrido lembrem a "teoria da bala mágica" que teria matado JFK ... (Veja aqui sobre o filme JFK)

O filme consegue passar a mensagem, das coisas importantes ... Consegue ser bem mais do que uma simples comédia romântica ...

O filme começa com uma discussão idiota entre o casal Holly (Hilary Swank do excelente "Menina de Ouro") e Gerry (Gerard Butler, o Leônidas de "300" de Esparta ... aqui cabe um adendo até que ele segurou o papel mais cômico .. embora eu tenha ficado o filme inteiro esperando uma explosão de fúria (que quase vem no início ainda) do tipo "This is ESPARTA !!!") ...

A discussão que começa o filme é exatamente do tipo que muitos casais têm ... Os planos não se realizam ... Falta dinheiro para comprar um apartamento maior e só então terem filhos, etc ... Um acusa o outro de não se importar com o que deseja ... Mas o amor entre eles é grande e a briga logo dá lugar ao romance ... Mas a morte os separa ... O restante vocês verão no filme (quem ainda não viu ...)

Entretanto, fica encravada na mente e (por que não?) no coração de quem vê este filme, a mensagem de que nada é para sempre ... De que não devemos esperar para sermos felizes ... E que é preciso continuar quando não é mais possível ... Como as coincidências e as manobras do filme só acontecem no cinema mesmo, temos que ter a real noção de que não poderemos deixar nada nesta vida, para ser escrito em um "post scriptum" ... Nem que seja "in memorian".

Na verdade, não teremos esta opção ... E este pode ser, a meu ver, "the mistake"(O erro) do filme ... passar a romântica e falsa idéia da glamourização do amor após a morte (já visto antes em Ghost, embalado pela quase etérea Unchained Melody) ... Embora em "P.S.: Eu te amo", Gerry tenha trabalhado no filme para libertar Holly disto ... (Ihhhh !!! Estraguei a surpresa ...).

P.S.: Não deixe nada para depois ... Muito menos um "Eu te amo" ...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

E conhecereis a verdade ... ou não.

Embora não seja o tema central deste Blog, muitas vezes percebo que os problemas das pessoas, suas angústias, seus medos, suas dores, estão impregnados de um simbolismo religioso ou mitológico, como no caso da perda ... (Ver Post Deixe ir).

É impressionante como as mitologias orientais e ocidentais se fundiram, se misturaram e juntamente com uma infinidade de conceitos, deram origem aos fundamentos de conceitos para o que hoje é considerado sagrados e intocável para muitos (ver fundamentalismo, na excelente visão da Karen Armstrong). Em geral, após milhares de anos, nenhuma história consegue se manter intacta, sob pena de não ser aceita e incorporada nas mais diversas culturas e cair no obscurantismo dos séculos.

Este tema tem estado novamente sob os holofotes, principalmente, pelas abordagens do livro O Código D'Vinci (e posteriormente o filme), que apresenta uma visão da desconstrução mitológica do cristianismo, sobre a própria desconstrução que o cristianismo teria promovido dos cultos e divindades pagãs (principalmente as femininas), personificadas no livro na figura de Maria Magdalena.

Este tema é muito amplo, vasto e sua abordagem, acredito eu, é impossível se ser feita de forma simplória, pois encontra-se na raiz de todo o processo civilizatório e cultural da humanidade, seja ele ocidental ou oriental. Envolve aspectos ligados ao que é um MITO (que não é o mesmo que uma mentira, ao menos não nos conceitos atuais do que seria mentira ou verdade), o que é verdade acerca de um mito e o que não é ... (A maioria das mitologias mais modernas poderia ser chamada de mitos sobre um mito ... ou seja, quanto mais o tempo passa e mais pessoas se envolvem com um determinado mito, mais "heróico" ele fica, mais "milagreiro" ele fica, mais "divino" ele fica ... e isso serve para todos os mitos ... de mitos militares (Napoleão, Alexandre ... ), políticos (Abraham Lincoln, Che Guevara, Getúlio Vargas) a religiosos (Padre Cícero, Frei Galvão, Antonio Conselheiro, Moisés, Maomé, Jesus, etc ...) ...
Transcrevo aqui um Post do "Saindo da Matrix" (que apresenta diversos Post's interessantes sob este tema), escrito por Lázaro Freire (que não reflete obrigatoriamente minha opinião pessoal):

"Quem conhece esta história abaixo???



Havia um homem que, dizem, teria nascido de uma virgem.
Nascido de descendentes dos
reis legítimos, em um período em que seu país encontrava-se na mão de ursupadores, nem um pouco ligado às tradições religiosas ou ao bem do povo.

O nome pelo qual passou a ser conhecido no Ocidente, embora na verdade falado em outra língua, lembra o conceito grego de Christhos, ou os radicais presentes no "Espírito Crístico"
Várias profecias indicavam que este menino poderia vir a ser o Rei, embora alguns achassem que isso seria no sentido religioso, e outros, no
sentido político.

As pessoas esperavam um salvador. Este seria uma
encarnação do segundo aspecto de Deus, que é um só, mas se divide em três.
O rei ursupador, de família ilegítima, mandou MATAR todos os primogênitos, forçando os pais do salvador que fugissem com ele.

Foi criado de forma aparentemente humilde, mas dava mostras de sua sabedoria. Deixava escapar também traços de erudição que indicavam educação primorosa (talvez patrocinada pelos que apoiavam a família real que tenta voltar ao trono).

Após uma infância pouco documentada, deu algumas mostras de seu poder na adolescência.
Após mais algum tempo, em idade adulta jovem, se revelou como presença divina. Sua presença coincide com uma época de grandes conflitos. Durante esta fase de ocupação de suas terras e tentativas de revolução, faz questão de deixar claro que precisamos separar o que é de Deus, notando que o impermanente não é deste mundo.

Quebra paradigmas, ensina morais estranhas, faz questão que cada um cumpra o que é seu papel. Ensina, literalmente, que ELE é o CAMINHO até o
Pai. Que é necessário fazer os trabalhos, mas que podemos ofertar a Ele, nos unirmos a ele, que é Caminho, que é Verdade. Não porque ele seja egóico, mas porque ele está ligado com o Criador. E é dificil para nós nos ligarmos com o intangível, mas dá para nos ligarmos com um salvador conhecido. Como ele é ligado a Deus, nos ligando a ele pegamos "carona"...

Acaba sendo morto ainda jovem, de
forma trágica, pouco depois de sua revelação como Presença Divina.

Não escreve nada, mas alguns registram parte da sua vida, especialmente as próximas da morte, onde despeja toda a sua sabedoria. Os trechos registrados são
pequenos, mas capazes de mudar nossa noção religiosa de causa e conseqüência, trazendo nova luz sobre a natureza do espírito, e sua sobrevivência ao corpo.

Os poucos capítulos sobre sua vida em presença divina são inseridos, como parte das escrituras sagradas, e são traduzidos para praticamente todas as línguas do mundo. O livro com a vida do Deus Vivo é mais popular e citado,
individualmente, do que a própria obra religiosa maior que o contém.

Antes de morrer, deixa claro que irá voltar, no
futuro. Fazem religião em seu nome, mas ele mesmo nunca foi adepto destes preceitos religiosos, até porque nunca fundou religião alguma, nunca foi moralista, nunca foi de trocar sabedoria por rituais, e não podia freqüentar o que só fizeram depois dele.

Conhecem esta história?
Vocês não são os únicos.
Os que fizeram o mito ecumênico de "Jesus Cristo", unindo elementos do mitraismo, judaismo, paganismo, culto ao sol e filosofia moralista grega também conheciam.
Porque esta é a história de Krishna, que viveu em 3.000 a.C., na Índia.

Certa vez, para dar uma lição de humildade, Krishna lavou os pés de um Brahmin chamado Sudhama... (Mas isso já começaria uma nova estória ..."

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Got put a smile upon your face ...


Coloque um sorriso no rosto ... essa mensagem pode parecer simples, idiota, patética em alguns casos mas, tem uma força e uma capacidade de mudar a forma como sentimos, vemos e enfrentamos as coisas no dia a dia impressionante ...

Não tem a ver com felicidade ... O Paulo, do Ócio Criativo, escreveu uma definição de felicidade que eu, particularmente, gostei muito: "Felicidade é uma escolha ou um caminho que se opta por seguir. Um caminho que se constrói caminhando ..." e obviamente, todo caminho só existe quando você passa por ele, senão não é um caminho é apenas uma estrada, que você olha mas não sabe para onde vai e portanto, não tem propósito algum ...



Toda esta idéia de felicidade como uma escolha, uma opção, um caminho, e não como um objetivo a ser alcançado, uma meta, salta aos olhos no filme "A procura da Felicidade" (ver sinopse), que recomendo a todos os que ainda não viram, trata-se de uma adaptação cinematográfica de uma história real ...



Como a eterna busca pela felicidade é o que norteia a vida de todo ser humano, o desejo de encontrá-la pode acabar colocando a felicidade como algo imprescindível para a própria existência ... Projetando-a em muito mais coisas do que ela realmente é ... Segundo Shopenhauer a felicidade relativa pode ter três origens: o que se é, o que se tem e a imagem do que se é para os outros. Devemos nos fixar apenas no primeiro, segundo ele, não em ter e no que os outros pensam de nós, coisas que são incontroláveis por nós, elas podem e serão tiradas de nós, da mesma forma que o envelhecimento vai levando a beleza. (Trecho de A Cura de Shopenhauer - Irvin D. Yalom).

Acredito hoje que, nesta busca pela felicidade, terminemos por encontrar todos os dias um pouco mais do que nos faz feliz ... desde que consigamos entender que a felicidade não será uma meta a ser alcançada, mas o modo como eternamente perseguimos este objetivo ...

Acho que a trilha sonora de Chris e cia (COLDPLAY), que sugeri acima, pode ser uma boa escolha neste caso ...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Deixe ir ...

Porque é tão difícil deixar para trás lembranças, memórias, dores, sentimentos que não voltam mais? Despedir-se é sempre muito doloroso ...

"Meu coração embora finja fazer mil viagens, fica batendo parado naquela estação ..." (Adriana Calcanhoto)

"Existem momentos assim na vida, de corte, de conclusão. A perda pode vir por uma circunstância externa, como no caso da morte de alguém querido, uma demissão, uma separação repentina, um acidente. Mas pode também ser decorrente de um processo em que a decisão final depende de nós. De qualquer forma, nos dois casos, temos de nos despedir. E esse processo dói. Deixar ir embora faz parte da existência, tanto quanto começar um ciclo novo. Só que, em diferentes graus, todo ser humano tem dificuldade de colocar um ponto final." (Fernanda Ceccon - Revista Vida Simples).

É verdade ... A reportagem da revista me chamou a atenção para isto. Temos uma imensa dificuldade de seguir em frente ... o que é especialmente doloroso no caso da perda de alguém querido, especial ... neste contexto entendo todas as singularidades e metáforas religiosas e o quanto elas são importantes para nós seres humanos. Embora não tenha a perspectiva religiosa que a maioria das pessoas têm, independente de qual religião, não consigo imaginar como a humanidade lidaria com uma noção de finitude ... de acabou, não tem mais ... Morreu mesmo. Minha mente um pouco mais direta e lógica não constrói a mesma teia universal sobre Deus e sobre a realidade humana ... Ou como diria a personagem de Jodie Foster em "Contato" (Filme baseado do livro homônimo de Carl Sagan): "... o que é mais factível, que uma entidade superior tenha criado tudo, com bilhões de diferenças e deixado todos imaginar como e jogado fora as fórmulas ou nós, humanos, em nossa necessidade de não nos sentirmos sozinhos, desprotegidos, desamparados, tenhamos criado ao longo dos séculos a noção da existência de algo maior para nos agarrar, para nos proteger, para que a vida não acabe quando ela biologicamente termina ... Para que sejamos eternos, imortais ... Tal é o nosso medo da morte, da finitude a que todo ser vivo quando nasce já está automaticamente condenado ..." (Tá certo, ela não disse bem assim ... Mas eu entendí por aí ...)

Sentimos saudade de tudo ... de todos ... e de nós mesmos até (Ai que saudades eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida (Meus oitos anos - Casimiro de Abreu) ...). Nos esquecemos que ao nos preocuparmos tanto com a saudade de outros tempos ... nos esquecemos de viver EM TODA A PLENITUDE, O HOJE, O AGORA ... e depois sentiremos saudades ...

Nestes pequenos momentos ...

Este Blog foi iniciado a partir de uma idéia que me ocorreu quando estava assistindo ao filme "A Família do Futuro" (Meet Robinsons - Disney) com meu filho Arthur de 3 anos, devido à música tema do filme que chama "Little wonders", ou "pequenas maravilhas" ...


Muito embora inúmeras outras vezes eu tenha pensado sobre este assunto, no momento em que ouvi a música tema do filme, sua entonação e sua abordagem deste assunto, me veio à mente outra música, do Jota Quest: "Vivemos esperando o dia em que serem melhores, melhores no amor, melhores no amor melhores em tudo ..." E então meio que somei dois mais dois ...

E realmente, não podemos sempre aceitar uma vida de perpectivas, de que temos um futuro a construir e este será muito melhor ...

Verdade seja dita de que sempre esperamos vislumbrar horizontes agradáveis ... (Por isso ninguém está preparado para o pior). Mas, não nos esqueçamos das alegrias e beleza dos momentos presentes, que não voltam mais e fazem de nós o que somos ...

Este é o meu BLOG ... Um Blog das "Pequenas Maravilhas" ... Um BLOG de nós mesmos ... da felicidade do dia a dia ... Sejam todos Bem-vindos !!!