quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Game over ...

Como sempre, segue uma música recomendada (em um Cover Acústico):

http://www.youtube.com/v/lio0YbTi87g&hl=pt-br&fs=1&color1=0xe1600f&color2=0xfebd01

Em determinados momentos da vida temos a impressão de que estamos "jogando" um determinado jogo. As vezes a estratégia e astúcia se fazem mais necessárias e no jogo corporativo, a visão, a capacitação e por que não, a capacidade de ser o que não se é ...
Mas ao nos depararmos com a nossa vida ... pessoal ... nós mesmos ... sem maquiagens, sem truques de espelhos ... Só nossas perpectivas, nossas esperanças e desejos que tivemos no passado, percebemos que muita coisa mudou de quando imaginávamos o futuro ...
Uma coisa é certa: Nunca imaginávamos o futuro que hoje se faz presente ... O presente pode ser uma grata e maravilhosa surpresa ... Muito além das expectativas do que um dia foi um futuro ... Ou não... Podemos constatar então, nestes casos, que o brilhante futuro (sob quaisquer aspectos não só o econômico ou social) que imaginamos e traçamos para nós, não se manteve nem por uma breve turbulência, tal e qual um castelo de areia ou um castelo de cartas que insistimos em construir ao longo de inúmeros momentos da vida ... Principalmente quando insistimos em "jogar", em fazer apostas em tudo e em todos ...
Claro que há momentos em que arriscar é preciso ... não existe como dar um primeiro passo sem que não se tenha o risco de afundar os pés em terreno arenoso, antes de poder firmá-los novamente de maneira mais tranquila, depois que aprendermos a caminhar na areia ... Mas é preciso sempre ter a consciência de que este passo pode definitivamente colocar os seus dois pés fora do caminho que estavas acostumado a trilhar ... e a volta pode ser difícil, dolorosa ou até mesmo impossível ...
De toda forma chega um momento que, ao menos para algumas coisas na vida, temos que parar de jogar ... O resultado final é esse ... Não há mais a possibilidade da "nêga" ... Sem revanches ... "No way" ... Até por que não sabemos o momento exato em que nós mesmos receberemos a mensagem : ... "Game over"
Por isso, "go way my friend" ... viva a vida intensamente em cada momento ... valorize o que realmente lhe importa ... e não se preocupe tanto com estratégias e em ganhar sempre suas apostas ... O bom jogador é aquele que sabe ganhar, que sabe perder, mas que sobretudo sabe a hora de parar de jogar ...
Be happy ... always.

sábado, 15 de novembro de 2008

"Hoje o tempo voa amor ... escorre pelas mãos ...

... mesmo sem se sentir e não há tempo que volte ..." (Lulu Santos)



A imagem dos relógios "derretendo", do tempo se "desfazendo", da eterna contradição entre o homem e sua curta, porém eterna, existência. O eterno desejo do ser humano de "controlar" o tempo, de poder "manipular" o tempo ... e obviamente, a incapacidade de fazê-lo ... no surrealismo de Salvador Dali.

Primeiro, num passado remoto, o ser humano acreditou que num jogo de sombras com seu relógio de sol, ao menos teria algum tipo informação sobre o tempo (ao menos agora podia acompanhá-lo) ...

Mas, alguém teve a idéia (eu escreví este post antes do famigerado acordo ortográfico, por isso está certo sim tá ...) mais tola ... Mais absurda ... Quis aprisionar o tempo ...
Pior do que isso, esquartejou o tempo, dilacerou o tempo, em anos, meses, semanas, dias, minutos, segundos ...
Recentemente máquinas velozes e performances olímpicas dilaceraram os segundos, em décimos, centésimos, milésimos ...

Nada mais vão, nada mais tolo ... O tempo não se permite ao controle externo ... O tempo a tudo e a todos controla ... E, numa maquiavélica estratégia, fingiu ser controlado pelos humanos em sua arrogância ... em sua pretensão ... para que?
Para que não desconfiassem (eles) que era ele, o tempo, o senhor de seus destinos ...
Para que os humanos o desperdiçassem, em tolas e vãs preocupações ... e no final percebessem que o que vai lhes fazer falta ... TODA A FALTA DO MUNDO ... é ele ... o tempo ...
Pois ...
"... não há tempo que volte amor ... vamos viver tudo que há pra viver ...vamos nos permitir ..." (Ibid)
Termino com um maravilhoso texto que a mim muito fala:
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado ...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará ..."
(Mário Quintana)

Be Happy ... Always.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Uma linda imagem, para o que realmente importa ...

Olhe à sua volta ... agora neste momento .. onde você está? Na sua casa ? No seu trabalho ? O que você vê ? Quem está perto de você ? E quem não está ... mas deveria ...?
Pense nos momentos que ficaram marcados na sua memória para sempre ... Aquelas coisas que são eternas ... Podem ser grandes momentos, como celebrações, casamentos, formaturas, podem ser momentos que mudaram radicalmente a sua vida ... o nascimento de um filho, um momento muito alegre ... o dia do seu primeiro beijo, seu primeiro amor, seu atual amor, ou seu único amor ...
Estes momentos não estão à venda, não passam na televisão ... Não tem "paredão" para estes momentos ( .. mas como assim Bial ?) ...
Esqueça as mesmisses ... a mídia ... Concentre-se em você ... Em seus amores, em suas paixões ... Pode ser o dia de um grande jogo importante do seu time do coração ... Pode ser um show inesquecível ...
O que ficou disso tudo? É isso o que verdadeiramente importa ... Pessoas entram e saem das nossas vidas o tempo todo ... algumas não ... algumas ficam ... Mas só se o que realmente importa para elas, também for o que importa para você ...
Vivemos um tempo de inversão de valores ... Os vitoriosos são os que alcançam objetivos traçados pela mídia, pela sociedade, numa busca frenética e imbecil por dinheiro, status, forma física, posse, poder, fortuna, julgamentos alheios (para quem não conhece vale à pena ouvir: Los Hermanos - O Vencedor).
Não se esqueça que a única certeza da vida é a de que você não sai vivo daqui ...
Os meus amores da linda imagem acima ... O que realmente importa para mim (além de meus pais e meu irmão) ... De resto, a vida merece é ser vivida ... Inúmeras paixões, inúmeros momentos de alegrias ... vários de tristeza ... E aquela penumbra que a gente não lembra direito ... Os inúmeros momentos de ócio, de trabalho intenso, de coisas importantíssimas (por que mesmo ?) ... Por que não lembramos direito ? Por que já tiveram da gente a atenção que mereceram ... às vezes até mais do que mereceram ...
Deixe espaço agora para o que realmente importa ...
Be Happy ...

domingo, 24 de agosto de 2008

P.S. Eu te amo ... ou ... "The Same Mistake Again ..."

Assisti ao filme "P.S. Eu te amo" ontem (P.S. é abreviatura do latim "post scriptum" e significa "escrito depois", muito usado para correções de lapsos e mais ainda como estratégia de retórica, no final de cartas e textos) (Ver crítica)

Por coincidência a música de abertura do menu do DVD e também de encerramento do filme é "Same mistake" do James Blunt (letra e tradução), que por estar em trilha de novela já tocou mais 278691 vezes nas rádios FM, AM, ondas curtas e médias ..., coincidência pois acredito que filme e música trazem um tom semelhante na forma de enxergar a vida e nossas verdadeiras emoções ...

A abordagem do filme é uma experiência extra-sensorial de uma história de amor incompleta, inacabada, ceifada pela morte e que para se resolver precisa de um tempo e uma manobra ...
O filme é um "filme de mulher" sim ... Tem coincidências demais, é açucarado demais, as interpretações não são exatamente consistentes e a escolha do elenco também não foi muito boa (o que a Lisa Kudrow, a Pheebs de Friends, estava fazendo no filme?) ... Tanto que encontrei as classificações"comédia" e "drama", simultaneamente, nas mesmas críticas sobre o filme (?) ...

Entretanto, o filme não é exatamente um erro ... A abordagem é muito bem elaborada, o final do filme salva mais de uma hora de água com açucar, embora os eventos para que o final possa ter ocorrido lembrem a "teoria da bala mágica" que teria matado JFK ... (Veja aqui sobre o filme JFK)

O filme consegue passar a mensagem, das coisas importantes ... Consegue ser bem mais do que uma simples comédia romântica ...

O filme começa com uma discussão idiota entre o casal Holly (Hilary Swank do excelente "Menina de Ouro") e Gerry (Gerard Butler, o Leônidas de "300" de Esparta ... aqui cabe um adendo até que ele segurou o papel mais cômico .. embora eu tenha ficado o filme inteiro esperando uma explosão de fúria (que quase vem no início ainda) do tipo "This is ESPARTA !!!") ...

A discussão que começa o filme é exatamente do tipo que muitos casais têm ... Os planos não se realizam ... Falta dinheiro para comprar um apartamento maior e só então terem filhos, etc ... Um acusa o outro de não se importar com o que deseja ... Mas o amor entre eles é grande e a briga logo dá lugar ao romance ... Mas a morte os separa ... O restante vocês verão no filme (quem ainda não viu ...)

Entretanto, fica encravada na mente e (por que não?) no coração de quem vê este filme, a mensagem de que nada é para sempre ... De que não devemos esperar para sermos felizes ... E que é preciso continuar quando não é mais possível ... Como as coincidências e as manobras do filme só acontecem no cinema mesmo, temos que ter a real noção de que não poderemos deixar nada nesta vida, para ser escrito em um "post scriptum" ... Nem que seja "in memorian".

Na verdade, não teremos esta opção ... E este pode ser, a meu ver, "the mistake"(O erro) do filme ... passar a romântica e falsa idéia da glamourização do amor após a morte (já visto antes em Ghost, embalado pela quase etérea Unchained Melody) ... Embora em "P.S.: Eu te amo", Gerry tenha trabalhado no filme para libertar Holly disto ... (Ihhhh !!! Estraguei a surpresa ...).

P.S.: Não deixe nada para depois ... Muito menos um "Eu te amo" ...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

E conhecereis a verdade ... ou não.

Embora não seja o tema central deste Blog, muitas vezes percebo que os problemas das pessoas, suas angústias, seus medos, suas dores, estão impregnados de um simbolismo religioso ou mitológico, como no caso da perda ... (Ver Post Deixe ir).

É impressionante como as mitologias orientais e ocidentais se fundiram, se misturaram e juntamente com uma infinidade de conceitos, deram origem aos fundamentos de conceitos para o que hoje é considerado sagrados e intocável para muitos (ver fundamentalismo, na excelente visão da Karen Armstrong). Em geral, após milhares de anos, nenhuma história consegue se manter intacta, sob pena de não ser aceita e incorporada nas mais diversas culturas e cair no obscurantismo dos séculos.

Este tema tem estado novamente sob os holofotes, principalmente, pelas abordagens do livro O Código D'Vinci (e posteriormente o filme), que apresenta uma visão da desconstrução mitológica do cristianismo, sobre a própria desconstrução que o cristianismo teria promovido dos cultos e divindades pagãs (principalmente as femininas), personificadas no livro na figura de Maria Magdalena.

Este tema é muito amplo, vasto e sua abordagem, acredito eu, é impossível se ser feita de forma simplória, pois encontra-se na raiz de todo o processo civilizatório e cultural da humanidade, seja ele ocidental ou oriental. Envolve aspectos ligados ao que é um MITO (que não é o mesmo que uma mentira, ao menos não nos conceitos atuais do que seria mentira ou verdade), o que é verdade acerca de um mito e o que não é ... (A maioria das mitologias mais modernas poderia ser chamada de mitos sobre um mito ... ou seja, quanto mais o tempo passa e mais pessoas se envolvem com um determinado mito, mais "heróico" ele fica, mais "milagreiro" ele fica, mais "divino" ele fica ... e isso serve para todos os mitos ... de mitos militares (Napoleão, Alexandre ... ), políticos (Abraham Lincoln, Che Guevara, Getúlio Vargas) a religiosos (Padre Cícero, Frei Galvão, Antonio Conselheiro, Moisés, Maomé, Jesus, etc ...) ...
Transcrevo aqui um Post do "Saindo da Matrix" (que apresenta diversos Post's interessantes sob este tema), escrito por Lázaro Freire (que não reflete obrigatoriamente minha opinião pessoal):

"Quem conhece esta história abaixo???



Havia um homem que, dizem, teria nascido de uma virgem.
Nascido de descendentes dos
reis legítimos, em um período em que seu país encontrava-se na mão de ursupadores, nem um pouco ligado às tradições religiosas ou ao bem do povo.

O nome pelo qual passou a ser conhecido no Ocidente, embora na verdade falado em outra língua, lembra o conceito grego de Christhos, ou os radicais presentes no "Espírito Crístico"
Várias profecias indicavam que este menino poderia vir a ser o Rei, embora alguns achassem que isso seria no sentido religioso, e outros, no
sentido político.

As pessoas esperavam um salvador. Este seria uma
encarnação do segundo aspecto de Deus, que é um só, mas se divide em três.
O rei ursupador, de família ilegítima, mandou MATAR todos os primogênitos, forçando os pais do salvador que fugissem com ele.

Foi criado de forma aparentemente humilde, mas dava mostras de sua sabedoria. Deixava escapar também traços de erudição que indicavam educação primorosa (talvez patrocinada pelos que apoiavam a família real que tenta voltar ao trono).

Após uma infância pouco documentada, deu algumas mostras de seu poder na adolescência.
Após mais algum tempo, em idade adulta jovem, se revelou como presença divina. Sua presença coincide com uma época de grandes conflitos. Durante esta fase de ocupação de suas terras e tentativas de revolução, faz questão de deixar claro que precisamos separar o que é de Deus, notando que o impermanente não é deste mundo.

Quebra paradigmas, ensina morais estranhas, faz questão que cada um cumpra o que é seu papel. Ensina, literalmente, que ELE é o CAMINHO até o
Pai. Que é necessário fazer os trabalhos, mas que podemos ofertar a Ele, nos unirmos a ele, que é Caminho, que é Verdade. Não porque ele seja egóico, mas porque ele está ligado com o Criador. E é dificil para nós nos ligarmos com o intangível, mas dá para nos ligarmos com um salvador conhecido. Como ele é ligado a Deus, nos ligando a ele pegamos "carona"...

Acaba sendo morto ainda jovem, de
forma trágica, pouco depois de sua revelação como Presença Divina.

Não escreve nada, mas alguns registram parte da sua vida, especialmente as próximas da morte, onde despeja toda a sua sabedoria. Os trechos registrados são
pequenos, mas capazes de mudar nossa noção religiosa de causa e conseqüência, trazendo nova luz sobre a natureza do espírito, e sua sobrevivência ao corpo.

Os poucos capítulos sobre sua vida em presença divina são inseridos, como parte das escrituras sagradas, e são traduzidos para praticamente todas as línguas do mundo. O livro com a vida do Deus Vivo é mais popular e citado,
individualmente, do que a própria obra religiosa maior que o contém.

Antes de morrer, deixa claro que irá voltar, no
futuro. Fazem religião em seu nome, mas ele mesmo nunca foi adepto destes preceitos religiosos, até porque nunca fundou religião alguma, nunca foi moralista, nunca foi de trocar sabedoria por rituais, e não podia freqüentar o que só fizeram depois dele.

Conhecem esta história?
Vocês não são os únicos.
Os que fizeram o mito ecumênico de "Jesus Cristo", unindo elementos do mitraismo, judaismo, paganismo, culto ao sol e filosofia moralista grega também conheciam.
Porque esta é a história de Krishna, que viveu em 3.000 a.C., na Índia.

Certa vez, para dar uma lição de humildade, Krishna lavou os pés de um Brahmin chamado Sudhama... (Mas isso já começaria uma nova estória ..."

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Got put a smile upon your face ...


Coloque um sorriso no rosto ... essa mensagem pode parecer simples, idiota, patética em alguns casos mas, tem uma força e uma capacidade de mudar a forma como sentimos, vemos e enfrentamos as coisas no dia a dia impressionante ...

Não tem a ver com felicidade ... O Paulo, do Ócio Criativo, escreveu uma definição de felicidade que eu, particularmente, gostei muito: "Felicidade é uma escolha ou um caminho que se opta por seguir. Um caminho que se constrói caminhando ..." e obviamente, todo caminho só existe quando você passa por ele, senão não é um caminho é apenas uma estrada, que você olha mas não sabe para onde vai e portanto, não tem propósito algum ...



Toda esta idéia de felicidade como uma escolha, uma opção, um caminho, e não como um objetivo a ser alcançado, uma meta, salta aos olhos no filme "A procura da Felicidade" (ver sinopse), que recomendo a todos os que ainda não viram, trata-se de uma adaptação cinematográfica de uma história real ...



Como a eterna busca pela felicidade é o que norteia a vida de todo ser humano, o desejo de encontrá-la pode acabar colocando a felicidade como algo imprescindível para a própria existência ... Projetando-a em muito mais coisas do que ela realmente é ... Segundo Shopenhauer a felicidade relativa pode ter três origens: o que se é, o que se tem e a imagem do que se é para os outros. Devemos nos fixar apenas no primeiro, segundo ele, não em ter e no que os outros pensam de nós, coisas que são incontroláveis por nós, elas podem e serão tiradas de nós, da mesma forma que o envelhecimento vai levando a beleza. (Trecho de A Cura de Shopenhauer - Irvin D. Yalom).

Acredito hoje que, nesta busca pela felicidade, terminemos por encontrar todos os dias um pouco mais do que nos faz feliz ... desde que consigamos entender que a felicidade não será uma meta a ser alcançada, mas o modo como eternamente perseguimos este objetivo ...

Acho que a trilha sonora de Chris e cia (COLDPLAY), que sugeri acima, pode ser uma boa escolha neste caso ...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Deixe ir ...

Porque é tão difícil deixar para trás lembranças, memórias, dores, sentimentos que não voltam mais? Despedir-se é sempre muito doloroso ...

"Meu coração embora finja fazer mil viagens, fica batendo parado naquela estação ..." (Adriana Calcanhoto)

"Existem momentos assim na vida, de corte, de conclusão. A perda pode vir por uma circunstância externa, como no caso da morte de alguém querido, uma demissão, uma separação repentina, um acidente. Mas pode também ser decorrente de um processo em que a decisão final depende de nós. De qualquer forma, nos dois casos, temos de nos despedir. E esse processo dói. Deixar ir embora faz parte da existência, tanto quanto começar um ciclo novo. Só que, em diferentes graus, todo ser humano tem dificuldade de colocar um ponto final." (Fernanda Ceccon - Revista Vida Simples).

É verdade ... A reportagem da revista me chamou a atenção para isto. Temos uma imensa dificuldade de seguir em frente ... o que é especialmente doloroso no caso da perda de alguém querido, especial ... neste contexto entendo todas as singularidades e metáforas religiosas e o quanto elas são importantes para nós seres humanos. Embora não tenha a perspectiva religiosa que a maioria das pessoas têm, independente de qual religião, não consigo imaginar como a humanidade lidaria com uma noção de finitude ... de acabou, não tem mais ... Morreu mesmo. Minha mente um pouco mais direta e lógica não constrói a mesma teia universal sobre Deus e sobre a realidade humana ... Ou como diria a personagem de Jodie Foster em "Contato" (Filme baseado do livro homônimo de Carl Sagan): "... o que é mais factível, que uma entidade superior tenha criado tudo, com bilhões de diferenças e deixado todos imaginar como e jogado fora as fórmulas ou nós, humanos, em nossa necessidade de não nos sentirmos sozinhos, desprotegidos, desamparados, tenhamos criado ao longo dos séculos a noção da existência de algo maior para nos agarrar, para nos proteger, para que a vida não acabe quando ela biologicamente termina ... Para que sejamos eternos, imortais ... Tal é o nosso medo da morte, da finitude a que todo ser vivo quando nasce já está automaticamente condenado ..." (Tá certo, ela não disse bem assim ... Mas eu entendí por aí ...)

Sentimos saudade de tudo ... de todos ... e de nós mesmos até (Ai que saudades eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida (Meus oitos anos - Casimiro de Abreu) ...). Nos esquecemos que ao nos preocuparmos tanto com a saudade de outros tempos ... nos esquecemos de viver EM TODA A PLENITUDE, O HOJE, O AGORA ... e depois sentiremos saudades ...

Nestes pequenos momentos ...

Este Blog foi iniciado a partir de uma idéia que me ocorreu quando estava assistindo ao filme "A Família do Futuro" (Meet Robinsons - Disney) com meu filho Arthur de 3 anos, devido à música tema do filme que chama "Little wonders", ou "pequenas maravilhas" ...


Muito embora inúmeras outras vezes eu tenha pensado sobre este assunto, no momento em que ouvi a música tema do filme, sua entonação e sua abordagem deste assunto, me veio à mente outra música, do Jota Quest: "Vivemos esperando o dia em que serem melhores, melhores no amor, melhores no amor melhores em tudo ..." E então meio que somei dois mais dois ...

E realmente, não podemos sempre aceitar uma vida de perpectivas, de que temos um futuro a construir e este será muito melhor ...

Verdade seja dita de que sempre esperamos vislumbrar horizontes agradáveis ... (Por isso ninguém está preparado para o pior). Mas, não nos esqueçamos das alegrias e beleza dos momentos presentes, que não voltam mais e fazem de nós o que somos ...

Este é o meu BLOG ... Um Blog das "Pequenas Maravilhas" ... Um BLOG de nós mesmos ... da felicidade do dia a dia ... Sejam todos Bem-vindos !!!