quinta-feira, 21 de agosto de 2008

E conhecereis a verdade ... ou não.

Embora não seja o tema central deste Blog, muitas vezes percebo que os problemas das pessoas, suas angústias, seus medos, suas dores, estão impregnados de um simbolismo religioso ou mitológico, como no caso da perda ... (Ver Post Deixe ir).

É impressionante como as mitologias orientais e ocidentais se fundiram, se misturaram e juntamente com uma infinidade de conceitos, deram origem aos fundamentos de conceitos para o que hoje é considerado sagrados e intocável para muitos (ver fundamentalismo, na excelente visão da Karen Armstrong). Em geral, após milhares de anos, nenhuma história consegue se manter intacta, sob pena de não ser aceita e incorporada nas mais diversas culturas e cair no obscurantismo dos séculos.

Este tema tem estado novamente sob os holofotes, principalmente, pelas abordagens do livro O Código D'Vinci (e posteriormente o filme), que apresenta uma visão da desconstrução mitológica do cristianismo, sobre a própria desconstrução que o cristianismo teria promovido dos cultos e divindades pagãs (principalmente as femininas), personificadas no livro na figura de Maria Magdalena.

Este tema é muito amplo, vasto e sua abordagem, acredito eu, é impossível se ser feita de forma simplória, pois encontra-se na raiz de todo o processo civilizatório e cultural da humanidade, seja ele ocidental ou oriental. Envolve aspectos ligados ao que é um MITO (que não é o mesmo que uma mentira, ao menos não nos conceitos atuais do que seria mentira ou verdade), o que é verdade acerca de um mito e o que não é ... (A maioria das mitologias mais modernas poderia ser chamada de mitos sobre um mito ... ou seja, quanto mais o tempo passa e mais pessoas se envolvem com um determinado mito, mais "heróico" ele fica, mais "milagreiro" ele fica, mais "divino" ele fica ... e isso serve para todos os mitos ... de mitos militares (Napoleão, Alexandre ... ), políticos (Abraham Lincoln, Che Guevara, Getúlio Vargas) a religiosos (Padre Cícero, Frei Galvão, Antonio Conselheiro, Moisés, Maomé, Jesus, etc ...) ...
Transcrevo aqui um Post do "Saindo da Matrix" (que apresenta diversos Post's interessantes sob este tema), escrito por Lázaro Freire (que não reflete obrigatoriamente minha opinião pessoal):

"Quem conhece esta história abaixo???



Havia um homem que, dizem, teria nascido de uma virgem.
Nascido de descendentes dos
reis legítimos, em um período em que seu país encontrava-se na mão de ursupadores, nem um pouco ligado às tradições religiosas ou ao bem do povo.

O nome pelo qual passou a ser conhecido no Ocidente, embora na verdade falado em outra língua, lembra o conceito grego de Christhos, ou os radicais presentes no "Espírito Crístico"
Várias profecias indicavam que este menino poderia vir a ser o Rei, embora alguns achassem que isso seria no sentido religioso, e outros, no
sentido político.

As pessoas esperavam um salvador. Este seria uma
encarnação do segundo aspecto de Deus, que é um só, mas se divide em três.
O rei ursupador, de família ilegítima, mandou MATAR todos os primogênitos, forçando os pais do salvador que fugissem com ele.

Foi criado de forma aparentemente humilde, mas dava mostras de sua sabedoria. Deixava escapar também traços de erudição que indicavam educação primorosa (talvez patrocinada pelos que apoiavam a família real que tenta voltar ao trono).

Após uma infância pouco documentada, deu algumas mostras de seu poder na adolescência.
Após mais algum tempo, em idade adulta jovem, se revelou como presença divina. Sua presença coincide com uma época de grandes conflitos. Durante esta fase de ocupação de suas terras e tentativas de revolução, faz questão de deixar claro que precisamos separar o que é de Deus, notando que o impermanente não é deste mundo.

Quebra paradigmas, ensina morais estranhas, faz questão que cada um cumpra o que é seu papel. Ensina, literalmente, que ELE é o CAMINHO até o
Pai. Que é necessário fazer os trabalhos, mas que podemos ofertar a Ele, nos unirmos a ele, que é Caminho, que é Verdade. Não porque ele seja egóico, mas porque ele está ligado com o Criador. E é dificil para nós nos ligarmos com o intangível, mas dá para nos ligarmos com um salvador conhecido. Como ele é ligado a Deus, nos ligando a ele pegamos "carona"...

Acaba sendo morto ainda jovem, de
forma trágica, pouco depois de sua revelação como Presença Divina.

Não escreve nada, mas alguns registram parte da sua vida, especialmente as próximas da morte, onde despeja toda a sua sabedoria. Os trechos registrados são
pequenos, mas capazes de mudar nossa noção religiosa de causa e conseqüência, trazendo nova luz sobre a natureza do espírito, e sua sobrevivência ao corpo.

Os poucos capítulos sobre sua vida em presença divina são inseridos, como parte das escrituras sagradas, e são traduzidos para praticamente todas as línguas do mundo. O livro com a vida do Deus Vivo é mais popular e citado,
individualmente, do que a própria obra religiosa maior que o contém.

Antes de morrer, deixa claro que irá voltar, no
futuro. Fazem religião em seu nome, mas ele mesmo nunca foi adepto destes preceitos religiosos, até porque nunca fundou religião alguma, nunca foi moralista, nunca foi de trocar sabedoria por rituais, e não podia freqüentar o que só fizeram depois dele.

Conhecem esta história?
Vocês não são os únicos.
Os que fizeram o mito ecumênico de "Jesus Cristo", unindo elementos do mitraismo, judaismo, paganismo, culto ao sol e filosofia moralista grega também conheciam.
Porque esta é a história de Krishna, que viveu em 3.000 a.C., na Índia.

Certa vez, para dar uma lição de humildade, Krishna lavou os pés de um Brahmin chamado Sudhama... (Mas isso já começaria uma nova estória ..."

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